sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Comunhão e Missão dos Cristãos Leigos

Os documentos da Igreja trazem importantes definições sobre quem são os leigos e leigas na Igreja, bem como a sua função específica adquirida pelo batismo. Do Vaticano II tiramos esta importante definição: "São, pois, os fieis batizados, incorporados a Cristo, membros do povo de Deus, participantes da função sacerdotal, profética e régia de Cristo, que tomam parte do cumprimento da missão de todo o povo cristão, na Igreja e no mundo" (Lumen Gentium, 31ª).
Os leigos, homens e mulheres, constituem uma parcela importante da Igreja e possuem rostos próprios. Logo suas interrogações devem ser ouvidas e aproveitadas porque trazem para dentro da Igreja o olhar íntegro da sociedade. Ouvi-los é ouvir a sociedade; inseri-los e formá-los na comunidade eclesial é preocupar-se com desta e com a sociedade.
a vocação do cristão leigo na Igreja, que ele adquire pelo batismo, se dá a partir de sua opção por Cristo no horizonte do Reino de Deus. é daí que se origina sua participação na função profética, sacerdotal e real de Cristo. Sua vocação está em sintonia com toda a missão eclesial, pois faz parte deste Corpo e deve colaborar na edificação do mesmo.
Diz o Vaticano II que "a vocação própria dos leigos é administrar e ordenar as coisas temporais, em busca do Reino de Deus" (Lumen Gentium, 31b).
Os leigos e leigas devem viver sua vocação, o seu chamado, dentro do mundo em que se encontra, dentro das situações particulares da vida, atuando como fontes de santificação, sendo testemunho de fé, de esperança e de amor. Portanto, a vocação de todos os leigos é essa: ele é chamado por Cristo a uma missão. É chamado por Cristo a incorporar a sua Igreja, tornando-se membro ativo e efetivo de seu corpo. Ao entender este chamado o cristão leigo, juntamente com toda a Igreja, representa a Igreja por suas ações e atitudes concretas de vida. Traz ao mundo a esperança do Reino. Propicia o diálogo aberto com a sociedade.
a sua pertença à Igreja não é um acaso, mas é uma resposta de fé a uma experiência concreta de vida, no encontro com Deus, fortalecida no convívio fraterno, na escuta da Palavra e na comunhão eucarística. A missão dos leigos não é uma missão isolada, mas conjunta, que em comunhão, que tem um fim único e um destino comum, que é Cristo e o seu Reino.
Primeiramente, os leigos devem entender que sua ação no mundo é também uma missão da Igreja, pois agem no mundo a partir de sua convicção de fé. Uma vez que os leigos se assumem como Igreja, passam a ser luz desta Igreja, sinal de sua mensagem diante do mundo. Em segundo lugar, deve-se fortalecer a vocação dos leigos e leigas diante do mundo secular, a fim de que eles possam levar à sociedade a verdade do evangelho e transformar as estruturas que nos envolvem. Entendendo que cada articulação é fundamental para a ação de toda a Igreja, que como Cristo, está encarnada no mundo, a fim de assumiras suas realidades e transformando-o na perspectiva do Reino de Deus.
Suas ações eclesiais não se limitam apenas a uma ação interna na Igreja, em uma pastoral ou movimento, mas está mais além, é extra-eclesial.
O chamado aos leigos é um chamado para o mundo, para atuar na sociedade, para ser sinal da esperança do Reino para todas as pessoas, em lugares e situações em que apenas por meio deles a mensagem salvífica de Cristo pode chegar a seu destino. Corresponde a sua vocação no mundo secular, onde deve atuar nas circunstâncias particulares da vida em que se encontram.
Leigos e leigas possuem um jeito próprio de "ser e de fazer" Igreja e essa particularidade é trazida para o fortalecimento de uma Igreja de comunhão.

Extraído da Revista Paróquias & Casas Religiosas, ano 5 - número 25 - julho-agosto 2010)

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